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            Tem café, chá, leite, bolachas variadas, pão, salgadinhos em geral. Todos vão chegando e se aproximam da mesa, sentam, compartilham o café da manhã: está dado início a mais um encontro do “Grupo Terapêutico Café com Amigos”. Organizado e gerido pelo Centro de Atenção Psicossocial – CAPS de Chopinzinho, o grupo se reúne toda a semana, para dar apoio, suporte e tratamento aos pacientes viciados em álcool e outras drogas.

            Os encontros são de uma hora – das 8h às 9h -, às quartas-feiras. Hoje são cerca de 20 homens que vão regularmente, mas este número é variável, já que o grupo é aberto e todos os interessados podem participar. “Temos como objetivo a redução de danos (minimizando danos sociais e à saúde associados ao uso de substâncias psicoativas) e dar suporte aos pacientes. Às vezes eles sofrem tantos preconceitos da sociedade que não conseguem falar sobre o vício com outras pessoas, e aqui encontram um ambiente favorável para isso”, explica a psicóloga coordenadora do grupo, Suelen Possatto Cambruzzi.

            O grupo existe desde 2005, com o início do CAPS. Ao longo do tempo, foram aprimorando o formato dos encontros, e hoje, além da recente mudança do nome, começaram a servir café-da-manhã, tornando o espaço agradável e que todos podem compartilhar o momento. Além disso, os pacientes, com a participação, podem ser encaminhados à psiquiatra e também fazer uso de medicação.

            Antônio Jacir Padilha, mais conhecido como Bolacha, tem 43 anos e começou a usar bebida alcóolica desde criança. Entre idas e vindas, está no grupo há mais de cinco anos. “Quando a minha saúde era boa, eu conseguia unir os dois: álcool e trabalho. Depois de certo tempo, já não conseguia trabalhar e beber, e as empresas pararam de me contratar. Vale a pena vir aqui. Ninguém diz que você tem que parar de beber, querem só te ajudar e explicar o quanto faz mal. O alcoolismo não tem cura, mas tem controle”, diz. Hoje ele trabalha como soldador em sua própria empresa, e reforça que o grupo é um local onde todos dão suporte, em qualquer horário e dia que seja necessário. “Temos que admitir que somos alcoolistas. E, com o acompanhamento da psicóloga e dos colegas, a gente recarrega as baterias”, ressalta.

            Os grupos são abertos a todos os interessados, sem necessidade de inscrição prévia. Quem acredita que precisa do serviço e desejar, pode participar às quartas-feiras, no próprio CAPS, e conhecer de perto o trabalho do grupo terapêutico. “Precisamos desmistificar o serviço de saúde mental. As pessoas não precisam ter vergonha, e mais, qualquer pessoa pode vir a precisar deste tratamento”, reforça a psicóloga Suelen.